quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

A turba da Uniban, por Contardo Calligaris.

A turba da Uniban, por Contardo Calligaris. Em 06 Novembro 2009.

As turbas têm um ponto em comum: detestam a ideia de que a mulher tenha desejo próprio.

Na semana passada, em São Bernardo, uma estudante de primeiro ano do curso noturno de turismo da Uniban (Universidade Bandeirante de São Paulo) foi para a faculdade pronta para encontrar seu namorado depois das aulas: estava de minivestido rosa, saltos altos, maquiagem -uniforme de balada.

O resultado foi que 700 alunos da Uniban saíram das salas de aula e se aglomeraram numa turba: xingaram, tocaram, fotografaram e filmaram a moça. Com seus celulares ligados na mão, como tochas levantadas, eles pareciam uma ralé do século 16 querendo tocar fogo numa perigosa bruxa.

A história acabou com a jovem estudante trancada na sala de sua turma, com a multidão pressionando, por porta e janelas, pedindo explicitamente que ela fosse entregue para ser estuprada. Alguns colegas, funcionários e professores conseguiram proteger a moça até a chegada da PM, que a tirou da escola sob escolta, mas não pôde evitar que sua saída fosse acompanhada pelo coro dos boçais escandindo: "Pu-ta, pu-ta, pu-ta".

Entre esses boçais, houve aqueles que explicaram o acontecido como um "justo" protesto contra a "inadequação" da roupa da colega. Difícil levá-los a sério, visto que uma boa metade deles saiu das salas de aula com seu chapéu cravado na cabeça.

Então, o que aconteceu? Para responder, demos uma volta pelos estádios de futebol ou pelas salas de estar das famílias na hora da transmissão de um jogo. Pois bem, nos estádios ou nas salas, todos (maiores ou menores) vocalizam sua opinião dos jogadores e da torcida do time adversário (assim como do árbitro, claro, sempre "vendido") de duas maneiras fundamentais: "veados" e "filhos da puta".

Esses insultos são invariavelmente escolhidos por serem, na opinião de ambas as torcidas, os que mais podem ferir os adversários. E o método da escolha é simples: a gente sempre acha que o pior insulto é o que mais nos ofenderia. Ou seja, "veados" e "filhos da puta" são os insultos que todos lançam porque são os que ninguém quer ouvir.

Cuidado: "veado", nesse caso, não significa genericamente homossexual. Tanto assim que os ditos "veados", por exemplo, são encorajados vivamente a pegar no sexo de quem os insulta ou a ficar de quatro para que possam ser "usados" por seus ofensores. "Veado", nesse insulto, está mais para "bichinha", "mulherzinha" ou, simplesmente, "mulher".

Quanto a "filho da puta", é óbvio que ninguém acredita que todas as mães da torcida adversa sejam profissionais do sexo. "Puta", nesse caso (assim como no coro da Uniban), significa mulher licenciosa, mulher que poderia (pasme!) gostar de sexo.

Os membros das torcidas e os 700 da Uniban descobrem assim um terreno comum: é o ódio do feminino -não das mulheres como gênero, mas do feminino, ou seja, da ideia de que as mulheres tenham ou possam ter um desejo próprio.

O estupro é, para essas turbas, o grande remédio: punitivo e corretivo. Como assim? Simples: uma mulher se aventura a desejar? Ela tem a impudência de "querer"? Pois vamos lhe lembrar que sexo, para ela, deve permanecer um sofrimento imposto, uma violência sofrida -nunca uma iniciativa ou um prazer.

A violência e o desprezo aplicados coletivamente pelo grupo só servem para esconder a insuficiência de cada um, se ele tivesse que responder ao desejo e às expectativas de uma parceira, em vez de lhe impor uma transa forçada.

Espero que o Ministério Público persiga os membros da turba da Uniban que incitaram ao estupro. Espero que a jovem estudante encontre um advogado que a ajude a exigir da própria Uniban (incapaz de garantir a segurança de seus alunos) todos os danos morais aos quais ela tem direito. E espero que, com isso, a Uniban se interrogue com urgência sobre como agir contra a ignorância e a vulnerabilidade aos piores efeitos grupais de 700 de seus estudantes. Uma sugestão, só para começar: que tal uma sessão de "Zorba, o Grego", com redação obrigatória no fim?

Agora, devo umas desculpas a todas as mulheres que militam ou militaram no feminismo. Ainda recentemente, pensei (e disse, numa entrevista) que, ao meu ver, o feminismo tinha chegado ao fim de sua tarefa histórica. Em particular, eu acreditava que, depois de 40 anos de luta feminista, ao menos um objetivo tivesse sido atingido: o reconhecimento pelos homens de que as mulheres (também) desejam. Pois é, os fatos provam que eu estava errado.

ccalligari@uol.com.br

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O fantoche Obama, por Paul Craig Roberts


O comandado-em-chefe
O fantoche Obama
por Paul Craig Roberts [*]



Não levou muito tempo para o lobby de Israel submeter o presidente Obama quanto à sua proibição de novos colonatos israelenses na terra palestina ocupada. Obama descobriu que um mero presidente americano está sem poderes quando confrontado com o lobby de Israel e que aos Estados Unidos simplesmente não é permitido uma política para o Médio Oriente separada da de Israel.

Obama também descobriu que não pode mudar seja o que for, se é que pretendia fazê-lo.
O lobby militar/segurança tem na sua agenda a guerra e um estado policial interno, e um mero presidente americano nada pode fazer acerca disso.
O presidente Obama pode ordenar que a câmara de tortura de Guantanamo seja fechada e que os sequestros, "rendições" e tortura sejam travados, mas ninguém executa a ordem.
No essencial, Obama é irrelevante.
O presidente Obama pode prometer que vai trazer as tropas para casa e o lobby militar diz: "Não, você vai enviá-las para o Afeganistão e nesse meio tempo começar uma guerra no Paquistão e manobrar o Irão para uma posição que proporcionará uma desculpa para uma guerra ali, também. As guerras são demasiado lucrativas para nós deixarmos você cessá-las".
E o mero presidente tem de dizer: "Yes, Sir!"
Obama pode prometer cuidados de saúde para 50 milhões de americanos sem seguro, mas não pode ultrapassar o veto do lobby da guerra e do lobby dos seguros.. O lobby da guerra diz que os seus lucros de guerra são mais importantes do que cuidados de saúde e que o país não pode permitir-se simultaneamente a "guerra ao terror" e a "medicina socializada".
O lobby dos seguros diz que os cuidados de saúde têm de ser providenciados por companhias de seguro privadas; de outra forma, não podemos permiti-los.
Os lobbies da guerra e dos seguros agitaram as suas agendas de contribuições de campanha e rapidamente convenceram o Congresso e a Casa Branca de que a finalidade real da lei de cuidados de saúde é poupar dinheiro através de cortes nos benefícios do Medicare e Medicaid, e com isso "pondo os direitos a benefícios sob controle".
Direitos a benefícios (entitlements) é uma palavra usada pela extrema-direita para difamar as poucas coisas que, no passado distante, o governo fez pelos cidadãos. A Segurança Social e o Medicare, por exemplo, são denegridos como "entitlements". A extrema-direita avança infindavelmente contra a Segurança Social e o Medicare como se eles fossem dádivas de bem-estar para pessoas preguiçosas que se recusam a cuidar de si próprias, apesar do facto real de que os cidadãos são amplamente sobrecarregados pelos seus magros benefícios com uma contribuição de 15% sobre os seus salários.
Na verdade, durante décadas o governo federal tem estado a financiar as suas guerras e orçamentos militares com os excedentes de receitas arrecadadas pelas contribuições da Segurança Social sobre o trabalho.
Afirmar, como faz a extrema-direita, que não nos podemos permitir a única coisa em todo o orçamento que tem regularmente produzido um excedente de receita indica que a agenda real é lançar o simples cidadãos no chão.
Os entitlements reais nunca são mencionados. O orçamento da "defesa" é um entitlement para o complexo militar/segurança acerca do qual o presidente Eisenhower nos advertiu 50 anos atrás. Uma pessoa tem de ser louca para acreditar que os Estados Unidos, "a única super-potência do mundo", protegido pelos oceanos a Leste e a Oeste e por estados fantoches a Norte e a Sul, precisa de um orçamento de "defesa" maior do que as despesas militares somadas de todo o resto do mundo.
O orçamento militar não é nada excepto um entitlement para o complexo militar/segurança. Para esconder este facto, o entitlement é disfarçado como protecção contra "inimigos" e repassado através do Pentágono.
Sugiro que suprimam o intermediário e simplesmente concedam uma percentagem do orçamento federal para o complexo militar/segurança. Deste modo não teremos de cozinhar razões para invadir outros países e ir à guerra a fim de que o complexo militar/segurança obtenha o seu entitlement. Seria um bocado mais barato simplesmente dar-lhe o dinheiro directamente, e salvaríamos um bocado de vidas e sofrimentos interna e externamente.
A invasão estado-unidense do Iraque nada tinha a ver com os interesses nacionais americanos. Tinha a ver com lucros de armamentos e com a eliminação de um obstáculo para a expansão territorial israelense. O custo da guerra, além dos US$3 milhões de milhões, foi de mais de 4000 americanos mortos, mais de 30 mil americanos feridos e aleijados, dezenas de milhares de casamentos americanos rompidos e carreiras perdidas, um milhão de iraquianos mortos, quatro milhões de iraquianos deslocados e um país destruído.
Tudo isto foi feito para os lucros do complexo militar/segurança e para fazer que o paranóico Israel, armado com 200 ogivas nucleares, se sinta "seguro".
A minha proposta faria o complexo militar/segurança ainda mais rico pois as companhias obteriam o dinheiro sem terem de produzir as armas. Ao invés disso, todo o dinheiro podia ir para os muitos milhões de dólares em bónus e dividendos pagos aos accionistas. Ninguém, internamente ou no exterior, teria de ser morto e o contribuinte ficaria numa melhor situação.
Nenhum interesse nacional americano é servido pela guerra no Afeganistão. Como revelou antigo embaixador britânico Craig Murray, a finalidade da guerra é proteger o interesse da Unocal no pipeline Trans-Afeganistão. O custo da guerra é muitas vezes maior do que o investimento da Unocal no pipeline. A solução óbvia é comprar os direitos da Unocal e dar o pipeline aos afegãos como compensação parcial pela destruição que temos infligido àquele país e à sua população, trazendo as tropas de volta para casa.
A razão porque as minhas soluções sensatas não podem ser efectivadas é que os lobbies pensam que os seus entitlements não sobreviviriam se fossem tornados óbvios. Eles pensam que se o povo americano soubesse que as guerras estavam a ser combatidas para enriquecer as indústrias de armamento e petróleo, o povo travaria as guerras.
Nos factos reais, o povo americano não tem influência quanto ao que o "seu" governo faz. Inquéritos de opinião mostram que metade ou mais do povo americano não apoia as guerras no Iraque ou Afeganistão e não apoia a escalada do presidente Obama na guerra do Afeganistão. Mas as ocupações e as guerras continuam. Segundo o general Stanley McChrystal, os 40 mil soldados adicionais são suficientes para empatar a guerra, isto é, para mantê-la em andamento para sempre, a situação ideal para o lobby dos armamentos.
O povo quer cuidados de saúde, mas o governo não ou ouve.
O povo quer empregos, mas a Wall Street quer acções a cotações mais elevadas e força firmas americanas a deslocalizarem os empregos em países onde o trabalho é mais barato.
O povo americano fica inactivo sobre tudo. Ele nada pode influenciar. Ele tornou-se irrelevante tal como Obama. E ele permanecerá irrelevante enquanto grupos de interesse organizados possam comprar o governo dos EUA.
A incapacidade da democracia americana para produzir quaisquer resultados que os eleitores pretendam é um facto demonstrado. A indiferença total do governo para com o povo é a contribuição do conservadorismo à democracia americana. Alguns anos atrás havia um esforço para colocar o governo de volta nas mãos do povo pelo constrangimento da capacidade de grupos de interesses organizados despejarem enormes quantias de dinheiro em campanhas políticas e, portanto, obrigar os responsáveis eleitos junto àqueles cujo dinheiro os havia elegido. Os conservadores dizem que quaisquer restrições seriam uma violação da garantia de liberdade de expressão da Primeira Emenda [da Constituição].
Os mesmos "protectores" da "liberdade de expressão" não têm objecção à aprovação da lei do "discurso do ódio" feita pelo lobby de Israel, o qual criminaliza a crítica do tratamento genocida dos palestinos por Israel e o roubo contínuo das suas terras.
Em menos de um ano, o presidente Obama traiu todos os seus apoiantes e rompeu todas as suas promessas. Ele é totalmente prisioneiro da oligarquia dos grupos de interesses dominantes.
Obama parece estar destinado a ser presidente de um só mandato. Na verdade, a economia em colapso irá condená-lo.
Os republicanos estão a enfeitar a Palin. A nossa primeira presidente mulher, a seguir ao nosso primeiro presidente negro, completará a transição para um estado policial americano através da prisão de críticos e protestatários das políticas externa e internas imorais de Washington, e ela completará a destruição da reputação da América no exterior.
Putin da Rússia já comparou os EUA à Alemanha nazi e o primeiro-ministro chinês comparou os EUA a um irresponsável, um devedor perdulário.
O resto do mundo, cada vez mais, vê os EUA como a fonte única de todos os seus problemas. A Alemanha perdeu o chefe das suas forças armadas e o seu ministro da Defesa, porque os EUA convenceram ou pressionaram, por bem ou por mal, o governo alemão a violar a sua Constituição e a enviar tropas para combater pelos interesses da Unocal no Afeganistão. Os alemães pretenderam que as suas tropas não estavam realmente a combater, mas sim empenhados numa "operação de manutenção da paz". Isto funcionou mais ou menos até que os alemães requisitaram um ataque aéreo que assassinou 100 mulheres e crianças em fila para uma distribuição de combustível.
Os britânicos estão a investigar o seu principal criminoso, o antigo primeiro-ministro Tony Blair, e a sua fraude ao seu próprio gabinete a fim de cumprir a ordem de Bush e proporcionar alguma cobertura à sua invasão ilegal do Iraque. Aos investigadores britânicos tem sido negada a capacidade para formular acusações criminais, mas a questão da guerra baseada inteiramente sobre fraudes e mentiras orquestradas é exposta publicamente. Isto repercutirá através do mundo e o mundo notará que não há investigação correspondente nos EUA, o país que originou a Guerra Enganosa.
Enquanto isso, os bancos de investimento dos EUA, os quais arruinaram a estabilidade financeira de muitos governos, incluindo o dos EUA, continuam a controlar, como têm feito desde a administração Clinton, a política económica e financeira do país. O mundo sofreu terrivelmente com os gangster da Wall Street e agora encara a América com um olho crítico.
Os Estados Unidos não mais merecem o respeito que desfrutou sob o presidente Ronald Reagan ou o presidente George Herbert Walker Bush. Inquéritos mundiais mostram que os EUA e o seu fantoche mestre são encarados como as duas maiores ameaças à paz. Washington e Israel ultrapassam o mais perigoso na lista, o regime louco da Coreia do Norte. [1]
O mundo começa a encarar a América como um país que precisa ser afastado. Quando o dólar está super-inflacionado por uma Washington incapaz de pagar as suas contas, será que o mundo estará motivado pela cobiça e tentará salvar-nos a fim de salvar os seus investimentos, ou dirá, graças da Deus, problema resolvido.

[1] Resistir.info não é obrigado a concordar com tudo ao publicar um artigo.
[*] Ex-secretário assistente do Tesouro na administração Reagan, co-autor de The Tyranny of Good Intentions . O seu novo livro, War of the Worlds: How the Economy Was Lost , sairá em Janeiro. PaulCraigRoberts@yahoo.com
O original encontra-se em http://www.counterpunch.org/roberts12022009.html
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Plunct Plact Zum

Plunct Plact Zum,
Não vai a lugar nenhum!

Tem que ser selado, registrado, carimbado, avaliado, rotulado se quiser voar!
(Se quiser voar)
Pra lua a taxa é alta, pro o sol a indentidade, vá ja pro seu foguete viajar pelo universo é preciso o meu carimbo, dando o sim, sim ,sim, o seu Plunct Plact Zum... Tem que ser selado, registrado, carimbado, avaliado, rotulado se quiser voar!
(Se quiser voar)
Pra lua a taxa é alta, pro o sol a indentidade, vá ja pro seu foguete viajar pelo universo é preciso o meu carimbo, dando o sim, sim ,sim, o seu Plunct Plact Zum...
Tem que ser selado, registrado, carimbado,avaliado,rotulado se quiser voar!
Pra lua a taxa é alta, pro o sol a indentidade, vá ja pro seu foguete viajar pelo universo é preciso o meu carimbo, dando o sim, sim ,sim, o seu Plunct Plact Zum...
Mas olha, vejam só, já estou gostando de vocês, aventura como essa eu nunca experimentei, o que eu queria mesmo era ir com vocês, mas já que eu não posso, boa viajem e até outra vez!
Agora o Plunct Plact Zum! Pode partir sem problema algum!
O Plunct Plact Zum! Pode Partir sem problema algum!
Boa viagem!
O Plunct Plact Zum, pode partir sem problema algum!
O Plunct Plact Zum, pode partir sem problema algum!
Boa viagem meninos, boa viagem..

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Motrizes

A economia está para o poder; assim como o mar está para o surf.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Os Meia Dúzia

Os meia dúzia. O termo remete a poucos, mas cuidado eles são muitos. Os meia dúzia são articulados; porque poucos, mas precisam de muito. Eles chauvinam, intrigam, distorcem, fazem o seu interesse. Dizem que por algo; mas cuidado, na verdade é por Aquilo. Os meia dúzia fazem tudo por Aquilo; para isso falam de algo ou de alguém. Nunca do quê. Os meia dúzia não erram. Errado é não ser meia dúzia, que absurdo! Ora, que altivez um não meia dúzia achar que os meia dúzia erram. os meia dúzia não erram! Mas os meia dúzia; realmente não somos iguais. Vocês política dos meia dúzia. Nós política do resto. Nos divide a vida. Vocês perto dos seis; nós, os outros, que vocês tanto desprezam... simplesmente o resto de tudo. Aliás estamos em tudo. E vocês; os meia dúzia? Perto dos Seis, sempre. Mas nossa diferença te acrescenta; te garante esse ódio, que você tanto se orgulha e te corrói por dentro. A política dos meia dúzia. Vá os meia dúzia. Quem sabe um dia vocês uma dúzia.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Mundo Silenciado

A imprensa tradicional tem esquecido ou omitido algumas informações; notícia seus fatos importantes. Cabe neste pequeno espaço alguns registros que andam esquecidos; a qualidade dos serviços - água, luz, recolhimento de lixo - baixaram em Porto Alegre; as ruas das periferias da cidade estão um queijo suiço; os postos de saúdes estão sucateados e faltam profissionais; o Governo Fogaça não responde as demandas da população periférica. O Estado se faz presente, apenas, pela Polícia e na repressão a jovens, pretos e pobres. Dúvidas? Os jovens brancos, ricos continuam consumindo seus baseadinhos e fazendo festinhas nas sextas-chera. A dita repressão das drogas; atinge somente os aviãnzinhos do narcotráfico; a patuléia que monta o esquema apenas observa, bem a salva e de longe a investida da hipocrisia estatal. Do outro lado; no foco do poder Fogaça reúne seu partido e busca mais poder; agora, ano que vem quer ser Governador dos Gaúchos - que horror! Enquanto isso... uma boa organização, mobilização e povo na Rua. As coisas podem mudar; mas elas precisam de nossas atitudes.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O Estado a serviço de quem!?

Nota de repúdio contra Ação do MP/RS - PUCRS
Em defesa da República e do Estado Democrático de Direito.

A Associação de Moradores da Vila São Judas Tadeu - AMOVITA; com sede na Rua Nelson Duarte Brochado, n.º 24 - Porto Alegre/ RS, vêm a público manifestar o descontentamento e perplexidade com os rumos do Inquérito Cível, que originou a Ação Civil Pública impetrada pelo Ilustre Promotor Público Fábio Sbardelotto. Gize-se que foi negado o pedido liminar pela juíza; não acatando, inicialmente, as razões do Ministério Público. Repudiamos a tentativa de "higienização social" de uma parcela dos moradores da Vila São Judas Tadeu; que se maquia em defesa de direito (de quem!?); a medida impetrada pelo Ilustre Promotor que ignora a legislação vigente, direitos adquiridos e a conquista de nossa comunidade. Somos construtores do que de mais moderno hoje há na legislação de regularização fundiária; não somos objeto dos interesses especulativos, econômicos e da ganância da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS; nem tão pouco objeto de um casuísmo atabalhoado e cartorial de Estado. Abrimos esse debate e não nos furtaremos de irmos a todos meios possíveis que garantam a manutenção de um direito republicanamente conquistado.

“Numa faixa de terra
de 28 mil hectares,
localizada no agreste pernambucano,
habitam cerca de 8 mil seres da espécie humana

Eles não querem vingança
eles só querem justiça
querem punição para os covardes
assassinos de seu bravo Cacique Xicão
distribuídos por 23 aldeias,
permanecem resistindo
após quase 500 anos
de massacres e perseguições
reivindicando nada menos
que o reconhecimento e a demarcação
da terra sagrada que herdaram
de seus ancestrais” Mundo Livre e S.A.

Vamos aos fatos:

1. Em 1992 entra em vigor a Lei Estadual 9.752, que permite a doação de áreas públicas urbanas, que estejam ocupadas por famílias de baixa renda;

2. Em 1993 a Lei Estadual é regulamentada pelo Decreto Lei 34.668; dizendo que aqueles que preencherem os pré-requisitos podem manifestar interesse em adquirir as áreas públicas ocupadas para fins de moradia;

3. Em 1995 é criada a Lei Estadual 10.529, que institui o Sistema Estadual de Habitação de Interesse Social;

4. Em 1998 é instituído por Decreto Estadual a Comissão Executiva e o Conselho Consultivo para Ações de regularização Fundiária (Esse conselho teve participação efetiva e importante da Diretoria da AMOVITA). Ainda, neste ano a AMOVITA aloca recursos do Estado para investimentos em regularização fundiária (saneamento básico e calçamentos entre outros);

5. Em 2000 por Decreto Estadual é instituído o Programa Estadual de Regularização Fundiária, através dele foram feitos um conjunto de ações do Governo da época, tais como Estudo de Viabilidade Urbanística e Levantamento topográfico da Vila, que são indispensáveis para a Regularização Fundiária. Novamente a Diretoria da AMOVITA estava presente na realização desses estudos;

6. Em 2001 o Presidente da República cria a Medida Provisória 2.220, que dispõe sobre a Concessão de Uso Especial para aqueles que possuem imóveis públicos situados em áreas urbanas e, que, utilizadas para fins de moradia por mais de cinco (05) anos de forma ininterrupta;

7. A Medida Provisória diz: “Art 6.º - O Título de Concessão de Uso Especial para Fins de Moradia será obtido pela via administrativa perante o órgão competente da Administração Pública ou, em caso de recusa ou omissão deste, pela via judicial.”;

8. No mesmo ano o Presidente da República sanciona a Lei 10.257, que estabelece as diretrizes gerais da política urbana (Estatuto das Cidades);

9. Ainda, em 2001, o Prefeito de Porto Alegre institui o Decreto Lei 13.550, que inclui um conjunto de Vilas e comunidades como Áreas Especiais de Interesse Social (AEIS), entre elas a Vila São Judas Tadeu;

10. Em 2003, é instituído o Decreto Lei 42. 660; que cria A Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano (SEHADUR) e a Câmara Setorial da Regularização Fundiária, Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais do RS. Com finalidade de centralizar e agilizar os trâmites dos projetos habitacionais e da regularização fundiária;

11. Em 2005 é instituída a Lei 11.124, que estabelece o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social;

12. Em 2006 amparado no conjunto das Leis citadas a Diretoria AMOVITA requer administrativamente as Concessões Especiais para Fins de Moradia para todos os moradores da Vila São Judas, junto a Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano (SEHADUR);

13. A Secretaria da Habitação e Desenvolvimento Urbano (SEHADUR) não expressou há época, 2006 e 2007, obstrução a regularização; entretanto não ativou medidas concretas a titulação;

14. Em 2006 apresentamos razões ao Ministério Público Estadual; oficiando, assim, o requerimento de representação dos interesses do conjunto dos moradores. Nessa medida visamos o interesse do direito do conjunto dos moradores da comunidade, que é a Concessão de Uso, por direito a todos os moradores;

15. Em 2006 o Ministério das Cidades, governo federal, inicia a execução do programa nacional pela regularização fundiária da Vila São Judas Tadeu, que visa medidas administrativas que cominem na regularização da área; a ONG Internacional COHRE é a executora credenciada junto ao Ministério das Cidades; O programa visa as medidas burocráticas para a realização das Concessões Especiais para Fins de Moradia aos moradores; assegurada nas Leis; os procedimentos estão em fase final e combinados com a Secretaria de Habitação do Estado;

16. Em 2008, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS - apresenta seu plano diretor de expansão; a revelia da legislação vigente, não realiza o estudo de impacto de vizinhança; no entanto como subterfúgio realiza uma audiência pública; dentro de seu campus universitário; essa audiência contou preponderantemente com seus empregados e funcionários; neste sentido sem a presença, do conjunto, dos porto alegrenses;

17. A PUCRS; não bastasse ter invadido o arroio Moinho (foi pavimentado do início da av. Bento Gonçalves até a av. Ipiranga); um crime ambiental;que não foi esquecido; faz, ainda um “plano de expansão” decide que deve realizar uma “higienização social” em seu entorno, seja: remover as 80 (oitenta) famílias, que fazem limite com a PUCRS; pobres não são bonitos; pobres atrapalham; mesmo que estejam antes e tenham direitos adquiridos;

18. A AMOVITA, durante o ano de 2008, travou uma intensa luta, que contou com adesões e parcerias como a Secretaria de Habitação do Estado e Assembleia Legislativa; barramos à época o devaneio imperialístico Romano de tomada de terras alheias; O Secretário Estadual de Habitação; afirma categoricamente: “Faremos a titulação e a concessão às famílias”; dessa forma estava sob ameaça e momentaneamente suspenso o “plano de higienização social” da PUCRS

19. No segundo semestre do ano, em 2009, o Ministério Público Estadual, através do Ilustre Promotor Fábio Sbardelotto apresenta Ação Civil Pública, que determina a Concessão de Uso às famílias; entretanto para surpresa e perplexidade da AMOVITA classifica os moradores da Rua Nelson Duarte Brochado como moradores de “área de risco” (nem por fatos, tão pouco conceitualmente essa assertiva se sustenta;) e que devem ser “urgentemente removidos” da área; “coincidentemente!?” as mesmas 80 (oitenta) famílias, antes, previstas no derrotado “plano de higienização social” da PUCRS;

20. Isso posto a AMOVITA expressa sua total indignação com à medida que visa única e exclusivamente a “higienização social” através da retirada dos moradores de suas casas, sem fato concreto, além de afirmações carente de verdade; as famílias residem a mais de 50 (cinqüenta) anos; entre nossas razões a primeira: é improcedente que as famílias estejam acima de uma suposta rede de esgoto (aliás, a PUCRS sim está em cima do arroio Moinho; qual medida será tomada?); essa (des)informação facilmente refutável, que já fora informada e que instruiu o inquérito civil do MP; ainda é totalmente refutável que as famílias estão sob ameaça e risco em função do trânsito intenso. Registre-se que o limite – entre o muro dos terrenos e a rua Nelson Duarte - está respeitado em 91,25% do conjunto dos moradores, que a promotoria estadual busca "higienizar". A única ameça concreta neste caso é a eminência, sim, de nossa cidadania ser abalroada e acidentada por um classismo preconceituoso e carregado de um animus que foi derrotado na Segunda Guerra; a constitucionalidade deve ser assegurada. Repudiamos que a figura da promotoria esteja, em fato, intercedendo por direitos particularizados em detrimento dos interesses coletivos de nossa, ou de qualquer comunidade que seja; não iremos calar diante de medidas não-republicanas; que retrocedem na história e atacam direitos conquistados; não compactuaremos com a feudalização do Estado; esse manifesto é para aqueles que não se acostumam com a injustiça e a desfaçatez da mentira;

“Mostremos valor, constância,
Nesta ímpia e injusta guerra;
Sirvam nossas façanhas
De modelo a toda a terra.”
Hino Rio-Grandense.

Porto Alegre, Setembro de 2009.


Coordenação Executiva
AMOVITA
http://amovitapoa.blogspot.com/

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Malcolm X


El Hajj Malik El Shabazz, mais conhecido como Malcolm X ou Malcolm Little (19 de maio de 1925, Omaha, Nebraska — assassinado em 21 de fevereiro de 1965, Nova Iorque), foi um dos maiores defensores dos direitos dos negros nos Estados Unidos. Fundou a Organização para a Unidade Afro-Americana, de inspiração socialista.
Malcolm X nasceu em Omaha, no estado de Nebraska, Estados Unidos. Quando estava com seis anos, seu pai Earl Little, um dedicado trabalhador para UNIA (Associação para Melhoria Universal do Negro) foi violentamente assassinado. Após brutal espancamento, foi jogado na linha do trem com corpo quase partido em dois, ainda não morreu ali, agonizou mais algumas horas. Louise Little, mãe de Malcolm aos 34 anos, assumiu o sustento dos seus oito filhos. Ela possuía pele clara e arrumava empregos domésticos. Os empregos duravam até descobrirem que ela era de origem negra. Louise também passou a receber dois cheques, um pensão de viúva, outro da assistência social. Este dinheiro não era suficiente, e com seu desemprego freqüente a família tornou-se praticamente indigente. As assistentes sociais do governo tentavam convencer Louise a encaminhar seus filhos para lares adotivos, ao que ela se opunha. Posteriormente passaram a questionar sua sanidade mental. Louise passou por intensas pressões que a levaram a um colapso nervoso e foi internada em um hospital para doentes mentais. Nessa altura, Malcolm já havia sido adotado e, em 1937, viu sua família ser separada. Os dois irmãos mais velhos, Wilfred e Hilda foram deixados à própria sorte, Philbert foi levado para casa da família em Lansing, Reginald e Wesley foram viver com a família Willians, Yvone e Robert com a família McGuire.

Universidade das Ruas
Quando terminou a oitava série, Malcolm foi morar em Boston na casa de sua meia-irmã Ella. Fez amizade com Shorty, esticou os cabelos, passou a beber, fumar, jogar cartas, jogo dos números e aprendeu a dançar muito bem. Sua melhor parceira era Laura, uma jovem negra que morava com a avó e sonhava formar-se na universidade. Ele a namorou, levou-a aos bailes, numa destas festas, a deixou por uma mulher branca chamada Sophia. Laura, no futuro próximo, cairia na prostituição. Malcolm confessou: “Umas das vergonhas que tenho carregado é o destino de Laura..., tê-la tratado da maneira como tratei por causa de uma mulher branca foi um golpe forte demais”. Malcolm entre outros empregos, a exemplo de engraxate, trabalhou na ferrovia, depois resolveu se mudar para o Harlem. Alugou um apartamento onde várias das inquilinas eram prostitutas. Sophia ia de Boston para o Harlem visitá-lo. Algum tempo depois, Sophia casou com outra pessoa e manteve Malcolm como amante. No Harlem, Malcolm também morou na casa de Sammy, um amigo cafetão, e entrou para a “vida do crime”, tornou-se traficante. Aproveitou o bilhete que ganhou, quando trabalhou na ferrovia, e foi traficar nos trens. Estava cada dia mais difícil vender nas ruas, a polícia estava “fechando o cerco”, os artistas que conhecia – seus clientes – adoraram a idéia. Naquele tempo, temia três coisas: cadeia, emprego e o exército. Fingiu-se de louco para se livrar do serviço militar. Depois do término das viagens traficando, perdeu a conta dos golpes que deu no Harlem. Não podia mais vender maconha, a polícia já o conhecia. Passou a praticar seus primeiros assaltos, e se preparava para esses trabalhos com drogas mais fortes. Era viciado no jogo dos números, quando ganhava, convidava Sophia para passar alguns dias em Nova York. Sua vida marginal levou-o a se meter em tantas encrencas no Harlem que acabou ficando num “beco sem saída”, estava “jurado de morte”. Sammy ligou para seu velho amigo Shorty vir buscá-lo, levá-lo de volta para Boston. Em Boston, foi morar com Shorty em seu apartamento. Quase todos os dias assim que o amigo saia para trabalhar, como saxofonista, Sophia encontrava-se com Malcolm, e ele arrancava-lhe todo o dinheiro. O marido de Sophia havia arrumado emprego de vendedor, e viajava constantemente. Para sair da inatividade Malcolm propôs a Shorty que assaltassem casas. Formaram um grupo com a participação de Rudy, amigo de Shorty, Sophia e sua irmã. Sophia havia apresentado sua irmã para Shorty e os dois passaram a namorar. O primeiro trabalho foi um sucesso, e depois vieram outros e outros. “Todo ladrão espera o dia em que será apanhado”. Chegou o dia inevitável de Malcolm, Shorty e Sophia e sua irmã, somente Rudy conseguiu escapar. As duas mulheres tiveram penas reduzidas, pegaram de um a cinco anos. Malcolm disse: “Apesar de serem ladras eram brancas”. Quanto aos dois negros, seu próprio advogado de defesa confessou: “Vocês não deviam ter se metido com mulheres brancas”. Shorty pegou de oito a dez anos, e Malcolm onze anos.
Na prisão por causa de sua atitude rebelde e anti-religiosa, Malcolm ficou conhecido como Satã. Reginald escreveu-lhe uma carta dizendo que descobrira a verdadeira religião do homem negro. Ele pertencia a Nação do Islã, Malcolm respondeu a carta com palavrões. Recebeu outra, escrito: “Não coma carne de porco e pare de fumar que eu lhe mostrarei como sair da prisão”. Estas palavras ficaram em sua cabeça. Reginald sabia como funcionava a mente marginal do irmão, havia passado uma temporada com ele no Harlem. Quando foi visitá-lo Malcolm estava ansioso para saber como não comendo carne de porco livrar-se-ia da prisão. Afinal qual golpe havia tramado, e passou a ouvir Reginald falar sobre Elijah Muhammad. Seu irmão contou que: Alá viera para a América e se apresentou a um homem chamado Elijah – um homem negro – afirmando que o homem branco é o demônio. A mente de Malcolm, involuntariamente, recordou todos os homens brancos que conheceu. Ao ir embora Reginald deixou seu irmão pensando, com seus primeiros pensamentos sérios. Malcolm pensou nos brancos que tinham internado sua mãe, os que tinham matado seu pai, os brancos que haviam destruído sua família, em seu professor branco que assegurou que: “é absurda a idéia um negro pensar em ser advogado”. Apesar de suas notas altas, Malcolm deveria ambicionar ser carpinteiro. Quando Reginald voltou, viu o efeito que suas palavras haviam provocado em seu irmão, e falou mais sobre o demônio que é o homem branco. Seus outros irmãos também passaram a escrever, a falar sobre o honrado Elijah Muhammad. Todos recomendaram seus ensinamentos que classificavam como o verdadeiro conhecimento do homem negro. Malcolm titubeou, no entanto, acabou se convertendo ao islã, tornou-se muçulmano negro. Graças aos esforços de Ella, Malcolm conseguiu ser transferido para uma prisão colônia de Norfolk que era de reabilitação profissional, muito melhor do que as outras por onde havia passado, e a biblioteca era um de seus elementos principais. Para responder as cartas, e se corresponder com Elijah Muhammad começou a ler muitos livros, tornou-se um leitor voraz, em seus anos de prisão, leu desde os clássicos aos mais populares. Sobre os filósofos fez o seguinte comentário: “Conheço todos, não respeito nenhum”, disse também: “A prisão depois da universidade é o melhor lugar para uma pessoa ir, se ela estiver motivada, pode mudar sua vida”; “as pessoas não compreendem como toda a vida de um homem pode ser mudada por um único livro”. Além da leitura, copiou um dicionário inteiro para compreender melhor os livros. Em 1952, Malcolm foi libertado e saiu em caravana para visitar o Templo Número Dois, como eram chamadas as mesquitas. Ele finalmente ia ouvir Elijah Muhammad que ao final de sua fala chamou Malcolm, pediu que ficasse em pé, e diante dos olhares de uns duzentos muçulmanos, contou uma parábola a seu respeito. A partir de então, Malcolm passou a colaborar com Templo Número Um, ele participava da “pescaria” que era atrair os jovens, e se saia muito bem, afinal, conhecia a “linguagem dos guetos”. Recrutava nos bares, nos salões de sinuca e esquinas dos guetos, o Templo Número Um, de Detroit, em três meses triplicou o número de fiéis. Malcolm já havia recebido da Nação do Islã o seu “X” que significava seu verdadeiro nome de família africana que Deus lhe revelaria. Para ele o “X” substituía o Little, o pequeno, herança escravocrata; No verão de 1953, Malcolm X foi nomeado ministro assistente do Templo Número Um e passou a freqüentar a casa de Elijah Muhammad, onde era tratado como filho. Malcolm devido à sua fidelidade, inteligência, oratória, cultura, personalidade, obteve um desempenho extraordinário na Nação do Islã que resultou em uma ascensão meteórica. Em curto intervalo de tempo tornou-se o principal ministro de Muhammad, levando-o a ser transferido para o templo de Nova York – o mais importante. Meio a sua vida agitada, Malcolm passou a reparar em uma moça chamada Betty, o interesse era recíproco, consultou Muhammad e casou em janeiro de 1958. Mal se casou, e Malcolm estava, em toda parte, trabalhando pelo crescimento da Nação do Islã. Em suas polêmicas diárias o que mais o irritava, eram certos líderes negros os quais acusava que: “suas organizações tinham corpo negro com cabeça branca”.

Elogio e Traição
Malcolm fundou um jornal chamado “Muhammad Fala” que levou revistas mensais a darem reportagens de capa sobre os muçulmanos negros. Não demorou muito para que Malcolm fosse convidado para participar de mesas redondas de rádio, televisão e universidades, entre elas Harvard, para defender a Nação do Islã, enfrentando intelectuais negros e brancos. Elijah Muhammad disse para Malcolm: “Quero que você se torne muito conhecido, pois você se tornando conhecido, também me tornará conhecido”. Malcolm tornou-se realmente conhecido, tornou-se uma personalidade estadunidense que muitas vezes chamou a atenção do cenário mundial, mais do que Martin Luther King e o presidente John F. Kennedy. O seu destaque gerou ciúmes no próprio Elijah que não possuía a coragem e perspicácia de Malcolm para discutir, por exemplo, com professores universitários. A intensa exposição e repercussão da figura de Malcolm X contribuíram para alimentar entre os enciumados muçulmanos negros o boato que ele tentaria tomar o controle da Nação do Islã. Duas antigas secretárias de Muhammad entraram com processo de paternidade. Malcolm ao conversar com elas descobriu que enquanto Elijah Muhammad o elogiava pela frente, tentava destruí-lo pelas costas, e aguardava o momento oportuno para afastá-lo. A morte de John Kennedy e a declaração polêmica de Malcolm a respeito foi o ensejo.
Ele que tanto se dedicou e com certeza foi uns dos principais (senão o principal responsável) pelo crescimento da Nação do Islã, foi afastado. Malcolm em seu trabalho árduo, praticamente, não adquiriu bens materiais. Bens que poderiam gerar algum conforto à sua família, no caso de sua falta, porém sempre acreditou que se alguma fatalidade lhe ocorresse, os muçulmanos negros cuidariam de sua família. Malcolm ficou sabendo do seu banimento através da imprensa. Sofreu humilhações públicas com manchetes como: “Malcolm silenciado”. Os muçulmanos negros também conspiraram para que ele fosse considerado traidor, a punição para a traição é o ostracismo e a morte. A ironia é que Malcolm sempre foi leal, ele falava em nome de Muhammad, renunciava a própria personalidade em favor de Elijah Muhammad.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Malcolm_X

Carta de desfiliação de Marina Silva do PT

20 de agosto de 2009

Brasília, 19 de agosto de 2009 Caro companheiro Ricardo Berzoini, Tornou-se pública nas últimas semanas, tendo sido objeto de conversa fraterna entre nós, a reflexão política em que me encontro há algum tempo e que passou a exigir de mim definições, diante do convite do Partido Verde para uma construção programática capaz de apresentar ao Brasil um projeto nacional que expresse os conhecimentos, experiências e propostas voltados para um modelo de desenvolvimento em cujo cerne esteja a sustentabilidade ambiental, social e econômica.
O que antes era tratado em pequeno círculo de familiares, amigos e companheiros de trajetória política, foi muito ampliado pelo diálogo com lideranças e militantes do Partido dos Trabalhadores, a cujos argumentos e questionamentos me expus com lealdade e atenção. Não foi para mim um processo fácil. Ao contrário, foi intenso, profundamente marcado pela emoção e pela vinda à tona de cada momento significativo de uma trajetória de quase trinta anos, na qual ajudei a construir o sonho de um Brasil democrático, com justiça e inclusão social, com indubitáveis avanços materializados na eleição do Presidente Lula, em 2002. Hoje lhe comunico minha decisão de deixar o Partido dos Trabalhadores. É uma decisão que exigiu de mim coragem para sair daquela que foi até agora a minha casa política e pela qual tenho tanto respeito, mas estou certa de que o faço numa inflexão necessária à coerência com o que acredito ser necessário alcançar como novo patamar de conquistas para os brasileiros e para a humanidade. Tenho certeza de que enfrentarei muitas dificuldades, mas a busca do novo, mesmo quando cercada de cuidados para não desconstituir os avanços a duras penas alcançados, nunca é isenta de riscos. Tenho a firme convicção de que essa decisão vai ao encontro do pensamento de milhares de pessoas no Brasil e no mundo, que há muitas décadas apontam objetivamente os equívocos da concepção do desenvolvimento centrada no crescimento material a qualquer custo, com ganhos exacerbados para poucos e resultados perversos para a maioria, ao custo, principalmente para os mais pobres, da destruição de recursos naturais e da qualidade de vida. Tive a honra de ser ministra do Meio Ambiente do governo Lula e participei de importantes conquistas, das quais poderia citar, a título de exemplo, a queda do desmatamento na Amazônia, a estruturação e fortalecimento do sistema de licenciamento ambiental, a criação de 24 milhões de hectares de unidades de conservação federal, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade e do Serviço Florestal Brasileiro. Entendo, porém, que faltaram condições políticas para avançar no campo da visão estratégica, ou seja, de fazer a questão ambiental alojar-se no coração do governo e do conjunto das políticas públicas. É evidente que a resistência a essa mudança de enfoque não é exclusiva de governos. Ela está presente nos partidos políticos em geral e em vários setores da sociedade, que reagem a sair de suas práticas insustentáveis e pressionam as estruturas públicas para mantê-las. Uma parte das pessoas com quem dialoguei nas últimas semanas perguntou-me por que não continuar fazendo esse embate dentro do PT. E chego à conclusão de que, após 30 anos de luta socioambiental no Brasil – com importantes experiências em curso, que deveriam ganhar escala nacional, provindas de governos locais e estaduais, agências federais, academia, movimentos sociais, empresas, comunidades locais e as organizações não-governamentais – é o momento não mais de continuar fazendo o embate para convencer o partido político do qual fiz parte por quase trinta anos, mas sim o do encontro com os diferentes setores da sociedade dispostos a se assumir, inteira e claramente, como agentes da luta por um Brasil justo e sustentável, a fazer prosperar a mudança de valores e paradigmas que sinalizará um novo padrão de desenvolvimento para o País. Assim como vem sendo feito pelo próprio Partido dos Trabalhadores, desde sua origem, no que diz respeito à defesa da democracia com participação popular, da justiça social e dos direitos humanos. Finalmente, agradeço a forma acolhedora e respeitosa com que me ouviu, estendendo a mesma gratidão a todos os militantes e dirigentes com quem dialoguei nesse período, particularmente a Aloizio Mercadante e a meus companheiros da bancada do Senado, que sempre me acolheram em todos esses momentos. E, de modo muito especial, quero me referir aos companheiros do Acre, de quem não me despedi, porque acredito firmemente que temos uma parceria indestrutível, acima de filiações partidárias. Não fiz nenhum movimento para que outros me acompanhassem na saída do PT, respeitando o espaço de exercício da cidadania política de cada militante. Não estou negando os imprescindíveis frutos das searas já plantadas, estou apenas me dispondo a continuar as semeaduras em outras searas. Que Deus continue abençoando e guardando nossos caminhos.

Saudações fraternas,

Marina Silva

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Direito à Cidade e Regularização Fundiária

O COHRE, entidade de assessoria, cooperação técnica e mobilização em Habitação; realiza a oficina de Direito à Cidade e Regularização Fundiária; a oficina se realizará nos dias 27 de junho e 04 de julho, iniciando às 9h; na sede da Associação de Moradores Campo da Tuca, no Bairro Partenon, em Porto Alegre/ RS. Entre os temas abordados estão: o acesso à justiça, aos serviços públicos, as linhas de financiamento, a participação e o controle social. Também apoiam a atividade o Conselho Popular do Partenon, da Lomba do Pinheiro, o COMATHAB, a ONG Cidade, a CMP, o MNLM e a CONAM. O evento é fruto, também, da discussão e do protagonismo de entidades, tais como Associações de Moradores que visam a qualificação e aprimoramento de atores sociais da região.

A juventude das Ruas

O movimento Hip Hop fez importante Encontro no dia 13 de junho; após a promulgação da Lei que institui a Semana Estadual do Hip Hop. O projeto de Lei é de autoria do Dep. Raul Carrion; o eventou contou com o apoio militante, ainda dos deputados Mano Change e Ronaldo Zulke. Mais de uma dezenas de entidades de protagonismo da cultura Hip Hop estiveram presente; será lançado brevemente o DVD da atividade. Vida longa ao movimento Hip Hop!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Simucralo de democracia e cooptação política


Os anos de experiência e vivência, do ex-senador José Fogaça, no Congresso Nacional, lhe renderam alguns ensinamentos e artimanhas. A democracia participativa em Porto Alegre hoje conta com novas ferramentas, são as Emendas do Conselho do Orçamento Participativo - COP.


Nela os Conselheiros do Orçamento podem determinar recursos orçamentários da forma e onde melhor entenderem; a conviniência e o modus operandi do que tem de pior e não deu certo em Brasília desembarcou em Porto Alegre. A medida não é nova para o ex-senador Fogaça; ele conviveu por longos anos com essa forma e prática de fazer política. É assim, por muitos anos, que os sucessivos executivos federais domam as duas mais importantes casas legislativas do país. Pior para Porto Alegre; melhor para quem está no exercício do poder pelo poder em nossa capital. As Emendas do COP desconsideram a hierarquia temática e as demandas prioritárias em nome da cooptação política de interesses menores e imediatos, que beneficia pessoas sim; mas sem critério e pouca participação da população. A medida está conseguindo a adesão e aceitação política de lideranças socias seduzidas pelo manejo de recursos públicos por seu livre querer. Ficamos aqui, encerrando, com o repúdio público da nova prática que remonta ao que de pior tem no fazer política no país; a do quanto me dão- essa é minha posição!

quarta-feira, 11 de março de 2009

Democracia na Rua

Ontem, dia 10 de março, a praça da matriz, em Porto Alegre foi testemunha da democracia na Rua. A via campesina fez ato de desagravo a postura do poder judiciário; as mulheres vendaram seus olhos e ficaram de costas ao poder judiciário. Na frente do Palácio Piratini estudantes, professores e líderes sindicais repudiaram o veto da governadora, que desconta salários e atinge o direito de greve. Na Assembleia Legislativa; o CPERS sindicato comandou os pedidos de apoio aos deputados pela derrubada do veto da governadora Yeda; com a derrubado do veto os grevistas esperam o computo dos dias parados. A categoria fará recuperação dos dias parados. A sessão foi adiada por falta de quórum; medida tomada pelos deputados, que articulam a derrubada do veto de Yeda.

sábado, 7 de março de 2009

O muro de wall street caiu.


Na década de 90 houve um movimento, coordenado pelos liberais, que decretou o fim da história.
Nele, com a queda do muro de berlin, setores do Liberalismo econômico enterraram qualquer hipótese de um sitema econômico diferente do Capitalismo. Em especial o Socialismo Científico.
Verdade ou não - penso que não - a história nos leva a um olhar crítico sobre a mais nova queda: - a queda das teses do liberalismo ecônomico.


O Liberalismo do "deixe livre deixe passar" e "do livre mercado" é uma falácia articulada por uma elite prepotente, cruel e sorrateira. A crise econômica vivida no epicentro do império capitalista, que nos diga. As idéias propaladas de um Estado não interventor, de um estado mínimo, que não deve regrar a economia ruiu. É o Estado Norte Americano que socorre bancos, montadoras de veículos; sob uma pseudoalegação de medidas anti-crise; ora quem gerou a crise que arque com ela; não os impostos do conjunto dos contribuintes. Desenterrem Adam Smith e seus discípulos; é patético. O muro de wall street caiu.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

A elite hegemônica exerce com maestria seu poder de classe


Esse texto é para debater a enquete no ar. Álias ainda não fiz a enquete, mas tem sido animadora de inúmeros programas de TV e rádio.


Teóricos do pensamento hegemônico liberal lançam algumas teses. Entre elas a mais recente;
afinal em meio a crise mundial: "trabalhador, que você prefere: Ter reduzido seu salário ou perder seu emprego?"

Ora, evidente que o pai e arrimo de família, a mãe provedora, responsável por seu sustento e de sua prole responderá, que prefere ter seu salário reduzido. Estamos vivendo sobre o Império do Capital, portanto nada mais óbvio. Sou um defensor do emprego então fico com essa alternativa. Mantenhamos os empregos; comida no prato!
Calme. Não é somente isso. Faremos outra enquete.
Essa enquete será lançado num período de não-crise; de expansão econômica, superavit, balança comercial positiva, aumento considerável das exportações, baixa da inflação e baixa das taxas de juros (relembro poderia ter sido lançada a dois anos atrás).
Será a seguinte enquete: "empresário, que você prefere: Dar participação nos lucros ou tornar seu empregado sócio quotista?"

Então... não seremos radicais né? faremos um acordo entre patrão e empregado. Será o seguinte contrato: Patrão x Empregado

Artigo 1° - Baixamos nosso salário no momento de crise.
Parágrafo Primeiro - O Patrão deverá, no período pós crise, tornar o empregado sócio quotista, ou se ainda preferir dar participação nos lucros*.
Artigo 2° - O não cumprimento constitui má-fé; indisposição dos bens e o imediato leilão do patrimônio em questão.
(*) valores em números reais; decidido pelos sindicatos das categorias.
Firme-se em cartório.

Bem parece-me razoável. E com equidade de direitos. Ou a responsabilidade dos assalariados se dá somente na divisão dos prejuizos e dividendos. Por que não nos lucros?



domingo, 1 de fevereiro de 2009

Obama e a democracia

Barack Obama, Presidente dos EUA mudará a democracia Norte Americana?
Essa foi a pergunta da enquete. Mais de 90% acreditam que sim e outros 6% pensam que não. Entretanto 43% acreditam que mudará, mas pouco. Outros 31% acreditam que as mudanças nos Estados Unidos provocará grandes repercussões no mundo. Ufanismo ou não o mundo espera uma nova postura do Estadista Yakee. Relações geopolíticas distensionadas; abertura e flexibilização a novos mercados, fim das barreiras tarifárias e do protecionismo; e fundamentalmente a aposentadoria do viés autoritário e belicista dos EUA. Esse debate está em aberto.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Mudança do clima e de comportamento, ou aprendendo xadrez.

Recentemente alguns estados brasileiros foram assolados por adversidades do clima.
Muita chuva, enchentes, desmoronamento de morros e encostas; ventos fortíssimos (ciclones tropicais) e muito transtorno. Esses fenômenos foram resultados da ocupação do meio ambiente pelo homen na Terra. Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo foram alguns estados gravemente afetados. A ocupação desordenada do solo - das margens dos rios e das encostas de morros; desvios de arroios e rios; a canalização de arroios; o desmatamento de matas ciliares.... E... O processo predatório da industrialização; o desmatamento de florestas; o uso insustentável das reservas naturais-esgotáveis. Que fazer? Há um imperativo empírico, que é concretamente sabermos o que nos remeteu a Isso!? Citando N. Bobbio: "O que o labirinto nos ensina não é onde está a saída, mas quais os caminhos que não levam a lugar nenhum."

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Espaço público e novos paradigmas - no país do futebol

O espaço público urbano brasileiro é pré-concebido pela ideologia do futebol. É simples. Saia caminhando pelas praças de sua cidade e veja você mesmo. Um playground, uma quadra poliesportiva (na maior parte para futebol, visto que outros equipamentos necessários são ignorados), uns bancos e... feito o espaço público! Isso não é atoa; há nessa construção arquitetônica uma visão da coisa pública, que é permeada pela ideologia dominante do futebol. Acha que não? Consulte a Federação Gaúcha ou a Associação Portoalegrense de Skate. A "Galera" agitou verbas federais, projeto, local e... nada! É a pista emperrou sob várias cantilenas de local à projeto; a pista não sai do papel, mesmo com verbas federais.
Faltou o que? Faltou visão de quem são os sujeitos/ moradores na cidade. É preciso superar a visão urbanística iniciada em 1960. Depois não vem com blá, blá, blá que a juventude está andando nas ruas, que horror! E dessa forma disputando espaço com os carros! Quer saber mais; consulte a FGSKT e alvovirtual.com

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Quem você é? analfabeto? iletrado? gente das letras? ou um "meia-boca"?

Pois é a reforma ortográfica alterou seu "status quo". E nem te consultou; coisas da democracia representativa; alguém decidiu por você. Tendo a pensar que a pseudo intelectualidade brasileira foi tragada pelo Mercado; é ele mesmo esta entidade poderosa nos dias atuais. Provável (se, ainda todas paraxítonas forem acentuadas) que algum acordo de comércio exterior tenha imposto essa reforma, mas nem esquenta; reciclagem é a palavra de ordem; um dicionário novo, ou consultas on line resolvem teu caso. E por falar em reformas; tem uma muito mais poderosa acontecendo. Falo das novas formas de escrita e comunicação dos universos da rede mundial de comunicação (Internet). As novas mídias, páginas de relacionamentos, mensagens instantâneas estão revolucionando a grafia brasileira. "fmz!" (firmeza), kkkkkkk (pode ser uma gargalhada) e por aí vai. A criatividade não tem raiz etimológica. Para uns linguistas (sem trema!?), tudo bem; a função da linguagem é ser entendido; para outros... calafrios e uma grande crítica na origem das novas palavras e até perda da construção de identidade. Então quem você é? Valewwww!!

domingo, 25 de janeiro de 2009

Fórum Social Mundial - A democracia no foco.

Nova edição do Fórum Social Mundial, em Belém do Pará, coloca novamente a democracia no foco dos debates.
Vale a pena conferir. Há uma rica grade de debates e acontecimentos. Veja mais em: http://www.forumsocialmundial.org.br/

sábado, 24 de janeiro de 2009

Assim são as pessoas; assim é a humanidade

É verdade que mensurar as coisas é extremamete difícil; mas nem porisso deixamos de fazer.
Todos nós, seres desejantes, entramos facilmente no emaranhado das relações sociais.
Acordamos: casa, padaria, transporte coletivo, trânsito, pedestre, motorista, trabalho, escola, curso, clube, academia, colegas, usuários, produtores, consumidores... ufa, cheguei em casa!
E qual o limite das relações? Todos desejam; qual a combinação harmônica possível dos vários desejantes atores?
Há combinação possível? É preciso tê-la?
E... quem olha o cruzeiro do sul, no céu, daqui; vê o mesmo cruzeiro do sul, no céu, de quem olha de lá?
É Evidente que sim (perdoe-me a física quântica, mas aqui é literatura!); mas é outro olhar. O meu olhar não é o olhar do outro, mas observamos o mesmo objeto, a mesma coisa de ponto de observação diferente!
Tem certo? Tem errado? Depende... depente do que queremos; se um certo, um errado; se um derrotado, um vencedor; um melhor, um pior; se tênis ou frescobol. Montamos o que quisermos, sem relativismo, mas com ele presente.
Essa é nossa humanidade.
Talvez... um pequeno permitir-se: - olhar com o olhar do outro.
Parece fácil, mas quase sempre olhamos com o nosso olhar.
Isso nos faz pessoa.
Então; sem grandes elucubrações: - Assim são as pessoas, assim é a humanidade.

Para além do osso, por Marcos Rolim

A palestra ou conferência-espetá culo oferecida por Ariano Suassuna no Cais do Porto, semana passada, foi um acontecimento. Aos 81 anos, o autor de Auto da Compadecida e Pedra do Reino está exuberante em seu agudo senso de humor e vigor intelectual. Há cerca de um ano, encontrei-o no aeroporto de Recife. Aproveitei que ele estava sozinho e me aproximei para cumprimentá-lo, dizendo apenas: Sou de Porto Alegre e o admiro muito. Queria ter a honra de apertar sua mão. Claro que não perderia a palestra. Mais de mil pessoas pensaram o mesmo e se acotovelaram para ouvi-lo atentamente naquela noite e para aplaudi-lo de pé ao final do evento que integrou a apresentação de excelentes músicos e bailarinos pernambucanos.Suassuna não se conforma com a mediocridade e, mais importante, a denuncia; o que confere ao seu discurso enorme importância. Vivemos um tempo em que qualquer bobagem pode se revestir de seriedade e em que o sucesso comercial é imediatamente apresentado como “legítima expressão cultural”. O problema não envolve apenas a parcela da mídia disposta a paparicar “celebridades”, produzir fofocas, discorrer sobre o irrelevante ou elogiar programas de televisão que são apenas vergonhosos. Ele afeta, também, uma intelectualidade “pós-moderna” para a qual a diferença entre cultura e lixo cultural deixou de existir. Suassuna sustenta que o povo se acostuma com o lixo porque é isso o que lhe é oferecido. Fosse outro o “cardápio”, as escolhas seriam diferentes; assim como os cães que comem osso só porque não lhes dão carne.Sobre o tema, Suassuna contou muitas histórias divertidas. Ao ouvir a banda Calypso, por exemplo, ficou impressionado com a pobreza das melodias e das letras, fato que, entretanto, contrastava com o enorme sucesso do grupo. Então, leu uma matéria onde se afirmava que Calypso era “a verdadeira expressão da cultura brasileira” e que seu guitarrista, Chimbinha, “era genial”. Suassuna, então, pergunta: “Mas se o Chimbinha é ‘genial’, qual o adjetivo que usaremos para Beethoven?”. Nesta simples questão, temos parte do programa crítico proposto pela Escola de Frankfurt e a chance de concordar com Adorno, que assinalou: “Quem se dedicar a situar o sistema da indústria cultural nas grandes perspectivas da história universal, terá que defini-lo como a exploração planificada da ruptura primordial entre os homens e sua cultura” (Minima Moralia).Ver semelhanças em tudo é sinal de vista fraca e, antes de tudo, deveríamos ser educados a distinguir. Falo em “educação” no sentido formal mesmo, como missão a ser cumprida pela escola – único espaço onde a indústria cultural poderia ser derrotada verdadeiramente em um processo de sensibilização e promoção do gosto. Sem isso, a audição regride, a percepção visual se estreita, o raciocínio se embota. Por tudo isso, acho que o Brasil deveria prestar mais atenção ao que Suassuna tem dito.
Em 09 de novembro de 2008
*Jornalista

Alguma coisa faltou

Os indicativos pós-eleitorais indicam: o glamour da esquerda brasileira arregimentou mais mentes e menos corações do seu lado que antes. Não é um fenômeno que acontece pela primeira vez. Mas um será!? Ecoa silenciosamente... Independentemente da afirmativa, ou das afirmativas, um conjunto de desafios se (re)apresentam. É um misto de continuidade e transformações... Desiguais e combinadas... Desiguais no tempo e combinados na história... Há um imperativo histórico, categórico: Propagar, defender e construir um movimento social de profunda transformação; articulado os municípios, estados e união a favor da Reforma Política no país. É ela que poderá resignificar a intensão da ação política e (re)conquistará corações. O pleito eleitoral não pode ser o limite das mudanças que nosso tempo merece, alguma coisa faltou.

Crise política no RS e novos rumos à democracia

O Estado do Rio Grande do Sul e o Brasil, mais uma vez, se depara com um escândalo na cena da vida pública. O pretenso corruptor, Secretário de Estado, reivindica a falta de ética do corrupiando em potencial – nada mais que o Vice- governador. Destaca, ainda, o pretenso corruptor, em sua inquirição pública a “quebra de confiança” que ficou evidenciada na gravação, segundo ele ardil e secreta, que portanto “sem ética”. Afinal de contas, afirma, era uma conversa oficial de governo! O Chefe da Casa Civil revela que o vice-governador gravou a conversa visando expor sua imagem; “foi uma punhalada pelas costas”. Magoadamente se sentiu “um otário”. De certo que alguns poderão neste contexto dizer: mas não houve corrupção; outros dirão, mas houve uma “tentativa!”. O pretenso corruptor virou vítima; o Vice-governador, traidor, sem ética e... Culpado. Sim essa foi a tese do ex-chefe da Casa Civil do RS.

Sem juízo do mérito desse fato lamentável da cena da política brasileira; o artifício da degola pública me causa sobremaneira rejeição; não vejo com bons olhos o instrumento que faz do parlamento um tribunal; pra bem da verdade creio seja um expediente de certa anacronia , que carrega em si uma forma de excomunhão no mais belo estilo canônico; não visa um debate de concepções e concertações da política; mas sim uma auto-afirmação vil, que não tem respostas concretas a problemática colocada no cerne da real discussão política. Encilha-se na crise visando um aparecimento público. Ora até o Tucanato do PSDB, que é o partido organizador da crise sentou no banco da acusação, da inquirição; esquecendo que deu início no país a mensalões (de MG para o Planalto), à corrupção do Detran Gaúcho (destaque que a CPI é a CPI do Detran RS), das privatizações criminosas no Brasil (caso da Vale, entre outros). É vale a velha cantilena “tem gente que adora defunto pra poder ir no velório”.

O escândalo tem direta relação com o fraco desempenho do Congresso Nacional; por sua morosidade; sua falta de produção legislativa; de sua inoperância. De um legislativo Central que não consegue se autonomizar, não do executivo, mas sim, dos recursos públicos que são gestionados por este; freqüentemente vota casuisticamente; por algumas migalhas que terão desdobramentos pontuais. Não há labuta legislativa em temas da estrutura sucateada de Estado. Grande parte dos deputados federais não estão imbuídos de uma vontade legiferante; são representantes na busca de recursos financeiros a seus nichos políticos; isso pra não fazer uso de expressões da república velha (currais eleitorais teria contexto); nada contra, mas é muitíssimo... pouco. A crise é originária no “modus operandi” do sistema político brasileiro vigente; sistema debilitado que há muito necessita da Reforma Política e de Estado; essas que podem vir a ser um salto qualitativo em nosso sistema político pós-constituição de 88.

Corrigir distorções da representação legislativa; fazer um profundo debate do já surrado assunto dos financiamentos de campanhas; avançar no empoderamento da cidadania ativa; na democracia cotidiana e permanente; inverter a lógica de pequenos e predefinidos espasmos de democracia. A corrupção tem amparo na legalidade; corruptor e corrupiando sempre quando “pegos” lamentam e bravateiam: Esse é o Sistema!

Precisamos, nós, articular as condições a uma futura Reforma Política e de Estado. Ela é necessária ou estaremos fadados a ridicularização; a banalização dos atores públicos e da coisa pública; entraremos no Estado das escutas; das espionagens; das inquirições; da mafialização da política; do crescimento do Estado Polícia, que infelizmente putrefa os avanços do Estado Democrático de Direito, arruína as garantias sociais adquiridas - que ainda cheiram a suor e sangue de uma geração. Teremos retrocessos nas conquistas “lentas e graduais” de nossa democracia. É necessário, portanto, que a vanguarda política tenha capacidade de ideologizar a discussão sob pena do conjunto da sociedade, sem opção, tome rumos que recrudesçam o pensar e, neste sentido, rebaixe o pensamento crítico. Talvez vivamos períodos piores na, já, combalida ética hegemônica. É neste sentido que temos que, sempre, apontar rumos que dialoguem com o seio da sociedade que olha com desconfiança a classe política operante. Articular o conteúdo político e as frentes transformadoras deve ser o sentido do discurso e da proposta política; orientar a intervenção da sociedade crítica e conseguir trazer consigo aqueles e aquelas que não se vêem nestes escândalos. Fazer transformações que repercutam no cotidiano da barbárie. Assim poderemos dar novos rumos à democracia.


Atualizado em 10/06/2008
Jeferson Henrique A. Pereira

Partenon e Lomba do Pinheiro consolidam Fórum de Habitação

Fórum Regional 6 - Partenon e Lomba; do COMHATAB (Conselho Municipal de Acesso à Terra e Habitação) discutem diretrizes de habitação e empossam Conselheiro Titular da Região. A Presidenta do COMATHAB, Angélica Mirinhã relatou a importância da atividade " A região 6, partenon e Lomba estava sem seus representantes; através dessa organização a região e a comunidade avançam e tendem a colher bons resultados. Esse será um ano de muito trabalho no COMHATAB."

O Mandato dos conselheiros do Fórum é complementar e vai até dezembro desse ano.

Conselheiro Titular eleito, Jeferson Pereira, afirma: " Esse é um importante ano na Região; temos dois eixos centrais neste período; primeiro é apostar na consolidação do Fórum, através da participação das entidades do Partenon e da Lomba; segundo é construirmos uma intervenção articulada e de resultados para nossa região, isto é avançarmos no direito à moradia, com regularização fundiária e a garantia de recursos públicos efetivos para construção e reformas de moradias. Vamos abrir diálogo com os setores envolvidos."

O Fórum está discutindo a realização de um Seminário Regional em março desse ano; entre os objetivos está o encontro de entidades que desenvolvem trabalhos em Habitação e o fluxo de informações às comunidades.